Os princípios constitucionais direcionadores e o meio ambiente
Resumen
Os processos constituintes representam momentos imaginativos propícios ao debate acerca de qual sociedade se quer construir. Os princípios constitucionais direcionadores não só guiam a edição das normas constitucionais pelos legisladores constituintes, como servem, na aplicação do direito, de bússola para os juízes na prolação de suas decisões judiciais e para os administradores quando da adoção de políticas públicas. Já que tais princípios irão moldar as formas de organização social-política, questiona-se: qual futuro se quer construir para qual sociedade? Diante da emergência climática advinda com o Antropoceno, a Constituição, como diploma fundamental de organização social, precisa refletir um novo paradigma no qual a natureza deixe de ser vista como mero objeto instrumental a serviço das potencialidades humanas e o ser humano passe a se entender como parte integrante da natureza. Com esse escopo, será analisado como se deu a proteção da natureza nas Constituições do Brasil de 1988, do Equador de 2008, da Bolívia de 2009 e no projeto de Constituição do Chile de 2022, bem como vieses – antropocêntrico, biocêntrico, ecocêntrisco e holístico – adotados por esses textos.
Citas
● Bolívia. Constituición Política del Estado Plurinacional de la Bolívia. La Paz, 2009. Disponível em: https://www.oas.org/dil/esp/Constitucion_Bolivia.pdf. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Bolívia. Ley De Derechos de La Madre Tierra. La Paz, 2010. Disponível em: https://www.lexivox.org/ norms/BO-L-N71.html. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Bolívia. Ley De La Revolución Productiva Comunitaria Agropecuaria (Ley 144/11). La Paz, 2011. Disponível em: https://www.insa.gob.bo/images/normativa/ LEYES/LEY_144-Ley_de_Revolucion_Productiva_Comunitaria_Agropecuaria.pdf. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Boulton, C.A., Lenton, T.M. & Boers, N. Pronounced loss of Amazon rainforest resilience since the early 2000s. Nature. Clim. Chang. 12, 271–278 (2022). https://doi.org/10.1038/s41558-022-01287-8.
● Calaça, Irene Zasimowicz Pinto y outros. La naturaleza como sujeto de derechos: análisis bioético de las Constituciones de Ecuador y Bolivia. Revista Latinoamericana de Bioética, Nueva Granada. v. 18, n. 1, p. 155-171, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.18359/ rlbi.3030. Acesso em: 30 jan. 2023.
● CAVALCANTE, Kellison Lima. Fundamentos da filosofia Ubuntu: afroperspectivas e o humanismo africano. Revista Semiário de Visu, Petrolina, v. 8, n. 2, p. 184- 192, 2020. Disponível em:
● Chile. Propuesta Constitución Política de la República de Chile. Santiago, 2022. Disponível em: https://www.chileconvencion.cl/wp-content/uploads/2022/07/Texto-Definitivo-CPR-2022-Tapas.pdf. Acesso em: 31 jan. 2023.
● Congresso do chile fecha acordo para criar nova Constituição. PODER 360, Brasília, 13 dez. 2022. Disponível em: https://www.poder360.com.br/ internacional/ congresso-do-chile-fecha-acordo-para-criar-nova-constituicao/. Acesso: 31 jan. 2023.
● Congresso em Foco. Na ONU, Bolsonaro culpa índios e caboclos pelos incêndios florestais. Uol, São Paulo, 2020. Disponível em: https://congressoemfoco. uol.com.br/governo/ao-vivo-bolsonaro-onu/. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Corte Interamericana de Direitos Humanos. Opinião Consultiva n. 23/2017 sobre “Meio Ambiente e Direitos Humanos”. 2017. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/ docs/opiniones/seriea_23_esp.pdf. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Elhacham, E., Ben-Uri, L., Grozovski, J. et al. Global human-made mass exceeds all living biomass. Nature 588, 442–444 (2020). https://doi.org/10.1038/s41586-020-3010-5.
● Equador. Constituición de la República del Ecuador. Quito, 2008. Disponível em: http://www.stf. jus.br/repositorio/cms/portalStfInternacional/. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Farias, Talden. Constituição de 1988 fixa meios para concretizar proteção do meio ambiente. 2017. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-nov-11/constituicao-fixa-meios-concretizar-protecao-meio-ambiente. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Fensterseifer, Tiago. Direito constitucional ambiental: Constituição, direitos fundamentais e proteção do ambiente. 5. ed. Revista dos Tribunais, Rio de Janeiro, 2017.
● Fensterseifer, Tiago; sarlet, Ingo Wolfgang. O direito constitucional-ambiental brasileiro e a governança judicial ecológica: estudo à luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. Revista da Academia Brasileira de Direito Constitucional, Curitiba, v. 11, n. 20, p. 42-110, jan./jul. 2019. Disponível em: http://abdconst.com.br/revista21/Ingo Thiago.pdf. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Galeano, Eduardo. La venas Abiertas de América Latina. 6. ed. Montevideo: Siglo Veintiuno Editores, 1999.
● Gatti, L.V., Basso, L.S., Miller, J.B. et al. Amazonia as a carbon source linked to deforestation and climate change. Nature 595, 388–393 (2021). https://doi.org/10.1038/s41586-021-03629-6.
● Jonas, Hans. O princípio da responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. 2. ed. Tradução de Marijame Lisboa e Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro: PUC, 2019.
● Kant, Immanuel. Crítica da Razão Pura. 5ª Edição. Trad.: Manuela Pinto e Alexandre Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
● Mirra, Álvaro Luiz Valery. O Estado, a proteção do meio ambiente e a jurisprudência. Local: editora, 2017. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-jul-08 /ambiente-juridico-estado-protecao-meio-ambiente-jurisprudencia. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Nações Unidas. Harmony With Nature - Law List. Harmony with Nature. [S.l.], 2022. Disponível em: http://www.harmonywithnatureun.org/rightsOfNature/. Acesso em: 30 jan. 2023.
● Nogueira, Caroline Barbosa Contente; Dantas, Fernando Antonio de Carvalho. O Sumak Kawsay (Buen Vivir) e o Novo Constitucionalismo Latino-Americano: uma proposta para concretização dos direitos socioambientais. Universitas e Direito, Curitiba, p. 24-42, 2012.
● Primeiro caso mundial sobre “Direitos da Natureza” será julgado no Equador. Redação Ciclo Verde, [S.l.], 17 ago. 2020. Disponível em: https://ciclovivo.com.br/plan eta/meio-ambiente/caso-mundial-direitos-da-natureza-equador/.Acesso em: 30 jan. 2023.
● Solón, Pablo (org.). Alternativas Sistêmicas: Bem Viver, decrescimento, comuns, ecofeminismo, direitos da Mãe Terra e desglobalização. Tradução de João Peres. São Paulo: Elefante, 2019.
● Viera-Bravo, Patricia. Küme mongen en el proceso constituyente chileno. Aporte del Buen vivir mapuche a una nueva relación con la naturaleza. Revista Andina de Estudios Políticos, Santiago, v. 12, n. 2, p. 1-22, dez. 2022. Disponível em: https://www.iepa.org.pe/raep/index.php/ojs/article/view/215. Acesso em: 31 jan. 2023.
● Zaffaroni, Eugenio Raúl. A Pachamama e o ser humano. Tradução de Javier Ignacio Vernal. Florianópolis: UFSC, 2017.
Derechos de autor 2023 Ana Clara Sá

Esta obra está bajo licencia internacional Creative Commons Reconocimiento-NoComercial-SinObrasDerivadas 4.0.
Los autores ceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo asimismo bajo la licencia Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0) que permite a terceros utilizar lo publicado siempre que hagan referencia al autor o autores del trabajo y a su publicación en esta revista.
Los autores son libres de realizar otros acuerdos contractuales para la distribución no exclusiva del artículo que publiquen en esta revista (como puede ser incluirlo en una colección institucional o publicarlo en un libro), siempre que indiquen claramente la publicación original del trabajo en esta revista.
Se permite y anima a los autores a publicar su trabajo en Internet (por ejemplo en páginas institucionales o personales) en forma de "working paper" o "preprint" de forma previa y durante el proceso de revisión y publicación, ya que puede conducir a intercambios productivos y a una mayor y más rápida difusión del trabajo publicado. (Vea The Effect of Open Access).